30 de maio de 2014

A Tenda Vermelha - Anita Diamant

Na Biblía, Dinah é a única filha de Jacó, nascida de sua união com sua primeira esposa, Lia. Na Bíblia, Dinah aparece no Gênesis, 34 E saiu Diná, filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a. E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou a moça e falou afetuosamente à moça. ”



Porém, em A Tenda Vermelha, Anita Diamant dá voz as mudas mulheres da Bíblia, expressando seus sentimentos, desejos, aflições e conhecimentos sobre a vida e a morte. A história começa quando a jovem Raquel conhece seu primo, Jacó, à beira de um poço e os dois se apaixonam. O pai de Raquel, Labão, não aceita que a filha mais nova se case, e depois de algum tempo, Jacó casa-se com a filha mais velha de Labão, Lia, irmã de Raquel. (Até ai, a história é idêntica àquela contada no livro sagrado).

Jacó ainda casa-se com outras duas mulheres, irmãs ilegítimas de Raquel e Lia, Bilah e Zilpah. A primeira parte do livro se debruça sobre essas quatro mulheres, tão diferentes entre si e todas habitantes do mesmo espaço. Lia é a mulher forte e decidida, que mantém toda a família unida e funcionando. Raquel é a força amável e bela e que se torna a parteira e curandeira da aldeia. Zilpah é a guardiã da força religiosa feminina e Bilah é a força aplacadora e equilibrada.


A cada lua nova, todas as mulheres se reúnem na Tenda Vermelha, onde passam três dias e três noites em repouso absoluto durante o período da menstruação. Esse é o único momento em que as mulheres não têm afazeres domésticos e podem dedicar-se somente a si a seus filhos pequenos. É na Tenda também que são trocados segredos, confissões e experiências do mundo das mulheres. E é nesse ambiente que nasce e cresce Dinah.


A segunda parte do livro é narrada pela própria Dinah, contando sua infância, a longa jornada até Canaã, a descoberta do amor com o príncipe Shalem e a dor de ser mulher em um mundo que as ignora.


Mais do que um belíssimo romance bíblico, A Tenda Vermelha narra a história de incríveis mulheres, que mesmo tendo existido tantos séculos atrás, ainda têm muito a nos dizer. A narrativa de Diamant é delicada e apaixonante, além de um relato histórico extremamente bem feito.
 






Esse livro chegou em minhas mãos quando eu tinha 16 anos. Ele era de uma outra pessoa, mas parece que o destino o enviou pra mim. Me apaixonei tanto pela história que essa pessoa, que havia ganhado o livro de presente de um amigo, resolveu dá-lo para mim. 

Agora eu o reli aos 24 anos. As impressões quanto a qualidade é a mesma, mas as percepções são outras. Esse é um livro que não se esgota. Fala com todas as meninas, moças, mulheres, de qualquer idade, de qualquer tempo.

25 de maio de 2014

Erros Fantásticos: O Discurso “Faça Boa Arte”, de Neil Gaiman




Em maio de 2012 o (incrível) escritor, roteirista e quadrinista Neil Gaiman foi convidado para discursar na University of the Arts, na Filadélfia, EUA. Seu discurso acabou sendo intitulado “Faça Boa Arte”, e em conjunto com o designer gráfico Chip Kidd, foi transformado em um livro encantador.

Gaiman começa nos contando como, aos 15 anos de idade, fez uma lista de coisas que queria fazer na vida, e que desde então perseguiu: Escrever um romance, um quadrinho, um episódio de Doctor Who… E a cada item ‘alcançado’, ele se movia para o próximo.

Seu discurso é uma verdadeira declaração de amor à arte e a todos aqueles que têm a coragem de fazê-la, seja em seus melhores ou piores momentos. Toda e qualquer situação é motivo para que se faça boa arte.
O escritor admite que haverá momentos em que se terá de aceitar trabalhos só pelo dinheiro para se alimentar, pagar o aluguel e outras banalidades da vida, mas que também haverá o momento de colher os frutos de seu trabalho, e, repassando o concelho de Stephan King (que Gaiman não conseguiu seguir), aproveite!

Se tem um lugar para deixar esse pequeno livro, é do lado da cabeceira, dentro da bolsa, ao lado do computador em que trabalhamos, pois com certeza ele será sempre uma fonte de inspiração e força. Quando você não achar que é capaz, ou que não é bom o suficiente, ou pensar em desistir de seus sonhos, abra as páginas desse discurso. Há algum lugar ele te levará.




A edição brasileira, publicada pela Intrínseca, é muito caprichada. A capa é dura e com textura emborrachada, e o miolo é de uma gramatura mais alta, e as páginas são coloridas. Chip Kidd diagramou o livro de maneira tal que o conteúdo do texto dialogasse com o espaço da página. É definitivamente Boa Arte.





 

13 de maio de 2014

O Segredo do meu Marido – Liane Moriarty



Cecilia é casada com John Paul há anos. Sua vida parece perfeita. Mãe exemplar. Esposa exemplar. Dona de casa exemplar. Para toda a comunidade cristã de Sidney da qual faz parte é uma mulher modelo de conduta e organização. Tudo em seu dia a dia é exatamente do jeito que ela gostaria que fosse. Até o Muro de Berlim.

Sua filha do meio, Esther, está obcecada com o Muro, e Cecilia vai até o seu (exageradamente) organizado sótão para pegar seu ‘pedaço do Muro de Berlim’, que trouxera como souvenir de uma viagem à Alemanha. Porém, uma das caixas de contas arquivadas de seu marido cai, e ao tentar arrumar a bagunça, Cecilia encontra uma carta endereçada a ela: Para minha esposa, Cecilia Fitzpatrick. Para ser aberta apenas na ocasião da minha morte.

Tessa é uma mulher calada e centrada, mas que esconde uma grande ansiedade social. Seu refúgio é o casamento tranquilo com Will e sua melhor amiga - irmã, colega de trabalho, e prima Felicity, além do filho Liam, de seis anos. Mas todo esse mundo confortável vem a baixo quando Will e Felicity revelam que estão apaixonados.

Rachel é uma mulher idosa e viúva. Sua única fonte de alegria é seu neto Jacob, de cerca de um ano, mas que logo vai se mudar para Nova York com seus pais. Por mais que tente levar uma vida normal, Rachel é assombrada pelo inexplicável assassinato de sua filha adolescente, Janie, cerca de 20 anos atrás. A garota foi encontrada morta em um parque da cidade, com um rosário na mão. O legista indicou como causa da morte estrangulamento.

A história por trás de “O Segredo do meu Marido’, da Australiana Liane Moriarty, gira em torno dessas três mulheres, de suas vidas, famílias, e a comunidade cristã da qual fazem parte. O destino de todos os personagens está intimamente conectado, e de maneira surpreendente.

A narrativa em terceira pessoa coloca o leitor dentro dos pensamentos e divagações de cada uma das três ‘protagonistas’, nos fazendo sentir antipatia, empatia, raiva ou solidariedade por cada uma delas. Mas o livro não se restringe ao mundo feminino, sendo os personagens masculinos tão, ou mais, interessantes.

É impossível definir o que exatamente a história transmite. Todos os sentimentos humanos, dos mais nobres aos mais mesquinhos, permeiam a vida dos personagens, além de propor ao leitor reflexões importantes sobre a vida e nossas relações com o próximo, seja ele cônjuge, amigo, ou apenas um conhecido. É impossível também não refletir sobre nossas vidas e os muitos caminhos que ela pode tomar, a cada escolha, a cada mínimo ato que realizamos.


Li todo o livro em dois dias. Não consegui simplesmente fechá-lo e parar de pensar nas histórias daqueles pessoas comuns, com dilemas comuns. Antes de eu ler, minha mãe leu o livro, e adorou. Sinto que daqui há alguns ou muitos anos terei de ler ‘O Segredo do meu Marido’ mais uma vez e me perguntar: O que você acha de tudo isso agora?



Esse livro foi cortesia da Editora Intrínseca. Quem ai já leu? E quem pretende ler?

5 de maio de 2014

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Em 1932 o inglês Aldous Huxley publicou ‘Admirável Mundo Novo’, que retrata um mundo futurístico e distópico. Nesse mundo não existe tristeza, todas as pessoas são felizes. Mas também não existem pais e mães, porque as crianças nascem e são criadas em laboratório, não existe família ou relacionamentos amorosos. As pessoas são divididas em castas, sendo os Alfa os mais inteligentes e poderosos e os ípsilons os trabalhadores braçais e pobres.

 Se tudo isso já não fosse bastante assustador, também não existe religião, doença ou velhice. A sociedade é completamente artificial e imediatista. Nada é renovável e é ‘lei’ que tudo o que as pessoas usem seja um bem de consumo, de preferência de pouca duração. É preciso manter a economia ativa. Sua roupa rasgou? Jogue fora e compre outra! E se a infelicidade te rondar, há o Soma, uma droga distribuída pelo governo e que não tem efeitos colaterais como as drogas anteriores dos homens não civilizados (álcool, cocaína, etc).

Todas as pessoas pensam do mesmo jeito e estão satisfeitas com sua condição graças a um sistema de condicionamento (inspirado em Pavlov). Como as crianças nascem em laboratórios, elas são submetidas a gravações com frases de efeito, simples e de fácil memorização, durante toda a infância enquanto dormem. Assim como todas as vezes que pegam em livros, tomam choque, e no hospital, ao encarar a morte, ganham chocolates. Logo, a morte é algo natural e legal, livros são perigosos, assim como a natureza (porque natureza é de graça, não existe lucro em admirar a natureza).

Os primeiros capítulos nos apresentam todos os métodos de concepção em laboratório, padronização e condicionamento. Logo o leitor conhece Bernard Marx, um Alfa que trabalha como cientista mas tem ideias um pouco controversas. Ele acha horrível que os homens falem das mulheres como um pedaço de carne, assim como tem vontade de manter relações amorosas com uma única mulher, Lenina, que é completamente normal e igual a todo mundo.

Bernard e Lenina vão passar suas férias no Novo México, em uma reserva de ‘selvagens’, ou seja, pessoas que não se submeteram ao novo regime mundial e nem ao novo conceito de civilidade. Esses selvagens na verdade são bem parecidos com os índios norte-americanos, vivem sem nenhum tipo de tecnologia ou contato com o mundo ‘civilizado’ e seguem costumes religiosos, que mistura Cristo com os deuses pagãos.

Em meio aos selvagens Bernard encontra Linda, uma mulher na casa dos 40 anos, que costumava pertencer ao mundo ‘de fora’, mas se perdeu nas montanhas e se feriu na cabeça. Os selvagens a acharam e desde então ela vive na reserva. Porém, quando foi resgatada Linda estava grávida e acabou dando à luz a John, um garoto branco e loiro, que por esse motivo é rejeitado pela comunidade. Sua mãe, seguindo o costume da civilização, se deita com todos os homens que a procuram porque ‘Todos pertencem a todos’ e por esse motivo também é rejeitada pelas outras mulheres da reserva.

Linda e John voltam para a Londres com Bernard e Lenina. Linda, velha, doente e mãe, é rejeitada por todos, enquanto John passa a ser conhecido como Sr. Selvagem e ganha destaque na civilização, pois todos querem conhece-lo e ouvir sobre seus estranhos hábitos e crenças. 


Na época de sua publicação ‘Admirável Mundo Novo’ foi um tapa na cara de toda a sociedade, pois, apesar de assustador, o futuro previsto por Huxley não parecia distante nem impossível. O povo civilizado não acredita e nem sabe o que é Deus, mas usa a expressão “Oh meu Ford!” uma clara referência a Henry Ford, responsável pela criação e popularização da produção em massa e padronização da produção.

Na mesma época em que o livro foi escrito, o mundo começou a perceber um levante de movimentos ultra nacionalistas e de regimes totalitários, que resultariam na Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos se recuperava da Grande Depressão com o pacto econômico do New Deal, com o Estado intervindo na economia.


Uma das frases mais ditas em relação à 'Admirável Mundo Novo' é como o livro continua atual, continua falando muito à nossa sociedade. Concordo, mas em partes. É verdade que somos ainda mais imediatistas e que continuamos consumindo muito e de uma maneira padronizada. Mas também vejo um movimento de reaproximação com a natureza e dos valores de família e espiritualidade. Porém, vigiai. 

Bônus (para reflexão):


"Povo marcado, povo feliz"


26 de abril de 2014

Red Hill – Jamie Mcguire


Red Hill é o mais novo romance de Jamie Mcguire, autora de Belo Desastre, Desastre Iminente e Belo Casamento. Como gostei muito da história de amor entre Abby e Travis, logo coloquei o livro no meu Kobo, sem nem antes ter lido nada a respeito. Não sabia nem qual seria a temática dessa nova obra.

Então, imaginem minha surpresa ao começar a ler e perceber que Red Hill é um livro de ficção, passado nos dias de hoje, mas em meio a um ‘apocalipse zumbi’. Quem narra a história são: a técnica de raio x, Scarlet (que é mãe de duas garotas de 13 e 7 anos e separada do marido), Nathan (pai da doce Zoe, de 6 anos) e Miranda (uma estudante de faculdade).

Os capítulos são divididos pelo ponto de vista desses três personagens, em primeira pessoa. Em uma sexta feira como qualquer outra Scarlet deixa as filha na escola e vai para o hospital. As garotas passarão o fim de semana com um pai, em uma cidade vizinha. No rádio do carro Scarlet ouve as notícias cada vez mais alarmantes de que um vírus está se espalhando depressa entre os seres humanos. Em seguida, uma outra notícia lembra que há pouco um médico europeu conseguiu ressuscitar um cadáver.

Aparentemente as duas notícias não tem conexão, mas Scarlet acredita que as duas estão relacionadas. Em um único dia o vírus chega aos Estados Unidos e ao resto do mundo, se tornando uma Pandemia. O caos se instala, pois uma pessoa infectada (zumbi) morde uma pessoa saudável, para se alimentar, e ela também é infectada.  Scarlet consegue sair do hospital e começa uma busca desenfreada para se salvar e também encontrar suas filhas.

Nathan é um funcionário de escritório que vive em um casamento que já acabou há muito tempo, pois sua mulher rejeita a ele e a filha dos dois, Zoe. No dia fatídico em que o vírus se espalha, ele está pegando Zoe na escola. Os dois voltam para casa para pegar a ‘mamãe’ e fugir, mas ela já não está mais na casa. Pai e filha então entram no carro para tentar achar um local afastado e seguro.

Miranda está em seu novo carro, presente do pai médico, com seu namorado, sua irmã e o namorado da irmã. Os quatro estão na estrada tentando chegar ao rancho do pai, afastado das cidades, chamado Red Hill. Porém os zumbis começam a atacar e as estradas estão paradas ou fechadas.

Enfim, depois de muitas cenas de ação, com zumbis que só podem ser mortos caso seus cérebros sejam danificados, todos esses personagens vão se encontrando, e outros aliados vão se juntando ao grupo. Não existe mais lei, autoridades, segurança ou nação. É cada um por si em um mundo infestado. O destino final de todos os personagens, claro, é o rancho da família de Miranda, o Red Hill.

E Mcguire não poderia ter escrito um livro tão diferente da ‘trilogia’ que a fez famosa. Sua narrativa em Red Hill é lenta e detalhada e seus personagens com nenhum ou pouco carisma. A trama não traz nada de novo e o que me manteve lendo o livro foi realmente querer saber o final, mas mesmo isso foi estragado para mim, pois os únicos personagens que me interessavam e cativaram são mortos sem mais nem menos e sobram os insuportáveis. Além de tudo isso o final é descabido.

Infelizmente foi um livro que não acrescentou nada, mas nada mesmo, na minha vida. Pela primeira vez eu me vi acabando uma história e ficando em choque. Demorei até para dormir nesse dia, com raiva de ter perdido tempo lendo esse livro.

De qualquer maneira Red Hill vai sair no Brasil, pela editora Versus, mesma que publica os outros livros (muito bons, vale dizer), da autora no país. Eu não recomendo a leitura para ninguém, mas se você quiser se arriscar…. 


21 de abril de 2014

Trilogia Rosemary Beach: Fallen too Far, Never too Far, Forever too Far.


Desde bem jovem que eu surpreendia as pessoas, mesmo meus pais, com a minha capacidade de gostar de coisas muito díspares. “Como assim você gosta de punk rock e sertanejo?”, “Não dá pra gostar de futebol e dançar ballet clássico’, etc… Cresci ouvindo pessoas que achavam essa minha característica legal e outras que queria me ditar regras.

Na literatura não poderia deixar de ser diferente. Gosto tanto de ‘alta literatura’ quanto de ‘subliteratura’, e adivinhem? Estou bem com isso. Sei que um livro ‘Young Adult’ não foi escrito com o intuito de ser colocado no mesmo patamar de um livro do Machado de Assis. Sei que existem livros para entretenimento e livros para reflexões profundas.

Toda essa introdução é para dizer que depois de ter lido “Belo Desastre” e “Desastre Iminente”, da Jamie Mcguire, me interessei por ler algum outro livro ‘New Adult’ e me aventurei no primeiro volume da trilogia ‘Rosemary Beach’, da Abbi Glines.  ‘Fallen too Far

’, que no Brasil foi publicado pela editora Arqueiro sob o título de ‘Paixão sem Limites’, conta a história de Blair, uma garota de uma cidadezinha do Alabama que passou os últimos três anos cuidado da mãe com câncer. Após o falecimento de sua mãe, Blair se vê obrigada a retomar contato com seu pai, que abandonou a família há alguns anos e se casou com outra mulher, na Flórida.

Aos 19 anos Blair dirige sua velha caminhonete até Rosemary Beach. Seus poucos pertences vão com ela até o endereço de seu pai. Chegando no local indicado ela se vê à frente de uma mansão, onde está havendo uma festa. É ai que a garota descobre que seu pai e sua madrasta estão em uma viagem, e que na realidade o dono da casa é Rush, filho da nova mulher de seu pai com o baterista de uma famosa banda de rock. Todo dinheiro da família é na verdade de Rush.

O primeiro contato dos dois é tumultuado, mas no fim o playboy deixa Blair ficar na casa em um quarto de empregada abaixo da despensa. Blair logo consegue um emprego e começa a economizar para poder alugar um apartamento e recomeçar sua vida. Como não poderia deixar de ser, Blair e Rush sentem-se muito atraídos um pelo outro, mas por algum motivo os dois não podem ficar juntos, pelo menos é o que Rush sempre diz.

Não demora para que o jeito meigo e simples de Blair conquiste a todos no golf club em que ela trabalha, assim como o meio irmão de Rush e seus amigos. A única pessoa que parece odiar a garota com todas as suas forças é Nannete, a meia irmã mimada de Rush.


O livro acaba com um revelação bem inesperada e deixa o leitor ansioso para começar correndo o segundo livro, ‘Never too Far’, que no Brasil já foi publicado sob o título de “Tentação sem Limites”. Nessa sequência é possível perceber um certo amadurecimento dos personagens, e a narrativa é dividida entre o ponto de vista de Blair e Rush. Alguns dos outros personagens secundários também ganham maior importância e mais reviravoltas surpreendentes acontecem.

O último livro da trilogia, ‘Forever too Far’ (ainda sem data de lançamento no Brasil), conclui a história do casal Blair e Rush. É cheio de momentos de tensão e brigas, assim como o segundo volume, mas também mostra como o casal, que tem em comum um histórico familiar conturbado, tenta colocar as coisas em ordem e construir uma nova família para eles, repleta de amor e respeito.





O livro também apresenta aos leitores Della, que é o interesse amoroso de Woods (um dos amigos de Rush e Blaire). O casal é o foco do livro ‘Twisted Perfection’, que será lançado ainda esse ano no Brasil, também pela Editora Arqueiro, sob o título de ‘Estranha Perfeição’.

Como acho que vocês já perceberam, a trilogia não tem nada de inovadora. É uma história de amor moderna, com um casal que tem de vencer vários obstáculos para ficarem juntos e felizes. A escrita da Abbi Glines é simples e direta, assim como extremamente previsível. Porém, o objetivo da série é entreter e fazer com que nós, leitores, torçamos pelo casal principal. Suspiramos com os momentos românticos, ficamos tristes quando as coisas não dão certo, e no fim, desejamos que cada um de nós também tenha uma pessoa especial esperando por nós em algum lugar desse mundo. Por esse motivo acredito que dentro de seus propósitos e de seu gênero, Rosemary Beach é uma ótima série.

Cabe o aviso de que os três livros são repletos de cenas de sexo, que são bem descritivas e em que os personagens usam termos considerados de baixo calão (não sei como foram traduzidos). Então, fique atento, ainda mais se você for menor de 18 anos.

Capas







2 de abril de 2014

Lidos de Março

Feita de Fumaça e Osso – Laini Taylor 

Feita de Fumaça e Osso (Daughter of Smoke and Bone) é um livro que causa estranhamento, começando pelo título. A protagonista, Karou, mora em Praga, capital da República Tcheca e estuda em um Liceu de artes plásticas. Seus desenhos de seres metade homens e metade animais e suas histórias fazem muito sucesso entre os amigos do Liceu, porém, mal sabem esses amigos que aquelas criaturas são reais.

Karou foi criada por Brimstone, uma quimera, desde que nasceu. Ela não sabe nada sobre quem ela é, nem como uma humana foi parar nesse estranho mundo de criaturas ‘sobrenaturais’. Enquanto tenta viver uma vida normal no mundo dos seres humanos, Karou trabalha para Brimstone, buscando dentes (de humanos e animais) ao redor do mundo, que podem ser comprados por dinheiro ou por desejos concedidos por Brimstone.

Apesar de parecer uma garota decidida e destemida, com seu longo cabelo azul e tatuagens de símbolos estranhos, Karou sente um grande vazio por sentir que não pertence a lugar nenhum, já que as quimeras que a criaram também escondem muitos segredos dela.

Quando anjos começam a selar as passagens que unem o mundo dos humanos ao mundo das quimeras, Karou perde contato com todos os seus amigos quimeras e inicia uma busca incansável por respostas sobre seu passado e quem são os estranhos anjos.

A narrativa de Laini Taylor é envolvente e bonita. As descrições das cidades – Paris, Marrakech, Praga – são sensoriais e poéticas, nos levando a esses locais cheios de história. A autora mistura  mitologia Grega, africana, cristã e islâmica criando uma trama cheia de mistérios e esquisitices que prendem o leitor.



Belo Desastre e Desastre Iminente


Belo Desastre (Beautiful Disaster) e Desastre Iminente (Walking Disasters) são dois best sellers da autora americana Jamie Mcguire. Os dois livros contam a história de Abby Abernathy, uma garota do Kansas que vai para a Califórnia para fugir de seu passado sombrio, e Travis Maddox, um bad boy que fica com todas as garotas e depois as dispensa e luta em um clube de luta e apostas clandestino.

A melhor amiga de Aby namora o primo de Travis, e logo os dois se conhecem, iniciando um relacionamento conturbado, onde amizade e amor, atração e obsessão se misturam as vezes de maneira nada saudável. Ao longo do caminho traumas são superados e máscaras caem.

O primeiro livro é o ponto de vista de Aby sobre os acontecidos, já o segundo trás o ponto de vista de Travis. Os dois livros se complementam, e apesar de parecidos não são iguais. Por se tratar de um new adult, os romances não tem uma escrita brilhante e contém cenas de sexo. Apesar da temática clichê os personagens são apaixonantes e a história te prende a ponto de me fazer passar a madrugada lendo.



Vampire Academy  #1, #2 , #3


Vampire Academy é uma das séries do gênero Young Adult mais badaladas das atualidade, e foi o ‘falatório’ geral sobre ela que me fez colocar os seis livros no Kobo e começar a ler.

O primeiro deles – Vampire Academy – nos apresenta a personagem principal e narradora da história, Rose Hathaway, e sua melhor amiga, Lissa Dragomir. As duas deveriam estar estudando na Academia, junto aos outros Moroi (vampiros) e Dhampirs (metade humanos, metade vampiros), porém por algum motivo misterioso elas fugiram e resolveram viver como humanas.

Logo no primeiro capítulo as duas são achadas por guardiões Dhampirs e levadas de volta à Academia, onde deverão aprender a viver vigiadas e cumprindo regas e horários rígidos. Por ter ficado quase dois anos sem treinamento Rose tem práticas diárias com o guardião que as encontrou, Dimitri Belikov. Lissa e Rose compartilham um laço que as mantém unidas, permitindo a Rose que saiba como Lissa está se sentindo e até mesmo entrar em seus pensamentos.

O primeiro livro se concentra em desvendar o poder misterioso de Lissa e quem a está rondando e ameaçando, assim como explicar a origem do laço que une as duas amigas.
O segundo livro da série – Frostbite – revela que os ‘vampiros do mal’, os Strigoi, estão trabalhando em grupo e com o auxílio de humanos para matar famílias inteiras de Morois e ninguém está a salvo. Por conta disso todos os membros da Academia e seus familiares são levados para um resort nas montanhas nevadas para passar o período de festas. Um novo personagem é introduzido na trama – Adrian Ivashkov – um Moroi conhecido por sua fama de festeiro e mulherengo, mas que acaba por revelar um grande poder, similar ao de Lissa.

O terceiro livro – Shadow Kiss – começa com Rose tentando se recuperar dos acontecimentos chocantes do último livro ao mesmo tempo em que coisas estranhas e sem explicação começam a acontecer com ela. Enquanto tenta achar explicação para suas ‘visões’, Rose e Dimitri se tornam ainda mais próximos, ao mesmo tempo em que a escola deixa de ser um lugar seguro. O livro termina de forma chocante, deixando o leitor de boca aberta e louco para começar a leitura do quarto volume – Blood Promisse.



Os Instrumentos Mortais


Cassandra Clare em sua série, Os Instrumentos Mortais, criou um mundo que mistura vampiros, lobisomens, fadas, Nephilins (seres humanos com sangue de anjos) e demônios. Todos esses seres se encontram em Nova York dos dias atuais e chegam ao conhecimento de Clary Fray, uma adolescente de 15 anos que adora desenhar, e seu melhor amigo Simon Lewis, desencadeando uma sequência de lutas e acontecimentos misteriosos.

A mãe de Clary é raptada e a menina descobre que ela é nephilim e portanto uma Caçadora de Sombras, e que um feiticeiro – Magnus Bane – apagava sua memória de tempos em tempos para que ela não percebesse seus poderes. Enquanto tenta entender quem ela realmente é e onde está a sua mãe, Clary vai viver no Instituto de Nova York junto a família Lightwood e seus filhos – Alec e Isabelle – e seu filho adotivo, Jace. Jace e Clary se apaixonam mas logo descobrem que o romance dos dois é impossível.

O segundo livro – Cidade das Cinzas – é a continuação do primeiro livro e narra acontecimentos estranhos e sombrios, já que crianças do submundo estão sendo assassinadas e todo o seu sangue drenado. As suspeitas desses assassinatos caem sobre Valentim, o vilão da história. Ao mesmo tempo Jace começa a ser perseguido pela Clave, o governo dos Nephilins, que acredita que ele tenha algum envolvimento com Valentim. O final do livro deixa claro que uma guerra está prestes a explodir entre demônios e seres do submundo.

O terceiro livro – Cidade de Vidro – passa-se quase todo em Idris, a terra natal dos Caçadores de Sombra. Enquanto os membros da Clave se reúnem para decidir o que fazer sobre as ameaças de Valentim, Clary decide ir sozinha atrás de respostas e meios de evitar um verdadeiro banho de sangue. A guerra é iminente, mas as formas de luta podem levar a destruição do mundo ou sua salvação.

A história tem um final bem fechado no terceiro livro. Há só uma única ponta solta – um corpo que não é encontrado, que leva a todos os acontecimentos do quarto livro – Cidade dos Anjos Caídos, onde tudo parece estar na mais perfeita ordem, até que Jace começa a ter pesadelos constantes e cada vez mais reais que o deixam atormentado.

A partir do quarto livro os pontos de vista começam a ficar mais variados e interessantes, e todos os personagens se conectam, as vezes de maneiras surpreendentes. O enredo também se torna mais intenso e sombrio.


O quinto livro – Cidade das Almas Perdidas – separa os caminhos dos personagens principais, mas todos estão envolvidos em uma caçada desesperada e sem muita esperança atrás do novo e mais alucinado vilão. Todas as respostas serão encontradas em Cidade do Fogo Celestial, último livro da série que será lançado esse ano.