O segundo álbum de Lana del Rey
era sem dúvida um dos lançamentos mais aguardados do ano. Após o imenso sucesso
de seu trabalho de estreia, “Born to Die”, todos os críticos e fãs de música
queriam saber se o sucesso e a inovação musical e imagética se manteriam.
“Ultraviolence”, título que faz
referência à obra “Laranja Mecânica”, tem uma sonoridade mais crua em relação ao
seu antecessor. Guitarras com um pouco de distorção, bateria e baixo, piano, muito
pouco de batida eletrônica. O álbum bebe nas fontes ancestrais do blues e do
jazz. A voz de Lana está ainda mais sussurrada e suave, e as letras continuam a
falar de solidão, tristeza, loucura, amores não correspondidos ou bandidos.
Muitas vezes a cantora faz
referência a ser ‘a outra’ na vida de alguém, além de fazer muitas referências
e críticas ao estilo de vida norte americano, com festas, glamour, dinheiro,
drogas e bebidas. Famosa também por fazer referências a outras artes, como a
literatura, Lana não foge disso no novo trabalho. Além da faixa-título, ‘Brooklyin
Baby’ fala sobre poesia Beat, Lou Reed e The Who, e várias faixas falam da
mitologia judaico-cristã, tema que a cantora já explorou inclusive no curta “Tropico”.
Pode ser coincidência, mas os
primeiros acordes de “Old Money” são idênticos ao da música tema de Romeu e
Julieta. Mas Lana del Rey é uma grande artista que sabe exatamente o que
significa cada coisa em seu trabalho, seja em suas músicas ou em seus vídeos.
Seja em suas entrevistas ou em
suas letras (sempre polêmicas), o que realmente significa está nas entrelinhas.
Quanto mais literalmente a interpretarmos, mais errados estaremos.
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Fotos promocionais de "Ultraviolence". |