Em 1932 o inglês Aldous Huxley
publicou ‘Admirável Mundo Novo’, que retrata um mundo futurístico e distópico.
Nesse mundo não existe tristeza, todas as pessoas são felizes. Mas também não
existem pais e mães, porque as crianças nascem e são criadas em laboratório,
não existe família ou relacionamentos amorosos. As pessoas são divididas em
castas, sendo os Alfa os mais inteligentes e poderosos e os ípsilons os
trabalhadores braçais e pobres.
Se tudo isso já não fosse bastante assustador,
também não existe religião, doença ou velhice. A sociedade é completamente
artificial e imediatista. Nada é renovável e é ‘lei’ que tudo o que as pessoas
usem seja um bem de consumo, de preferência de pouca duração. É preciso manter
a economia ativa. Sua roupa rasgou? Jogue fora e compre outra! E se a
infelicidade te rondar, há o Soma, uma droga distribuída pelo governo e que não
tem efeitos colaterais como as drogas anteriores dos homens não civilizados
(álcool, cocaína, etc).
Todas as pessoas pensam do mesmo
jeito e estão satisfeitas com sua condição graças a um sistema de
condicionamento (inspirado em Pavlov). Como as crianças nascem em laboratórios,
elas são submetidas a gravações com frases de efeito, simples e de fácil
memorização, durante toda a infância enquanto dormem. Assim como todas as vezes
que pegam em livros, tomam choque, e no hospital, ao encarar a morte, ganham
chocolates. Logo, a morte é algo natural e legal, livros são perigosos, assim
como a natureza (porque natureza é de graça, não existe lucro em admirar a
natureza).
Os primeiros capítulos nos
apresentam todos os métodos de concepção em laboratório, padronização e
condicionamento. Logo o leitor conhece Bernard Marx, um Alfa que
trabalha como cientista mas tem ideias um pouco controversas. Ele acha horrível
que os homens falem das mulheres como um pedaço de carne, assim como tem
vontade de manter relações amorosas com uma única mulher, Lenina, que é
completamente normal e igual a todo mundo.
Bernard e Lenina vão passar suas
férias no Novo México, em uma reserva de ‘selvagens’, ou seja, pessoas que não
se submeteram ao novo regime mundial e nem ao novo conceito de civilidade. Esses
selvagens na verdade são bem parecidos com os índios norte-americanos, vivem
sem nenhum tipo de tecnologia ou contato com o mundo ‘civilizado’ e seguem
costumes religiosos, que mistura Cristo com os deuses pagãos.
Em meio aos selvagens Bernard
encontra Linda, uma mulher na casa dos 40 anos, que costumava pertencer ao
mundo ‘de fora’, mas se perdeu nas montanhas e se feriu na cabeça. Os selvagens
a acharam e desde então ela vive na reserva. Porém, quando foi resgatada Linda
estava grávida e acabou dando à luz a John, um garoto branco e loiro, que por
esse motivo é rejeitado pela comunidade. Sua mãe, seguindo o costume da
civilização, se deita com todos os homens que a procuram porque ‘Todos
pertencem a todos’ e por esse motivo também é rejeitada pelas outras mulheres
da reserva.
Linda e John voltam para a
Londres com Bernard e Lenina. Linda, velha, doente e mãe, é rejeitada por
todos, enquanto John passa a ser conhecido como Sr. Selvagem e ganha destaque
na civilização, pois todos querem conhece-lo e ouvir sobre seus estranhos
hábitos e crenças.
Na época de sua publicação ‘Admirável Mundo Novo’ foi um
tapa na cara de toda a sociedade, pois, apesar de assustador, o futuro previsto
por Huxley não parecia distante nem impossível. O povo civilizado não acredita
e nem sabe o que é Deus, mas usa a expressão “Oh meu Ford!” uma clara
referência a Henry Ford, responsável pela criação e popularização da produção
em massa e padronização da produção.
Na mesma época em que o livro foi escrito, o mundo começou a perceber
um levante de movimentos ultra nacionalistas e de regimes totalitários, que
resultariam na Segunda Guerra Mundial. Os Estados Unidos se recuperava da
Grande Depressão com o pacto econômico do New Deal, com o Estado intervindo na
economia.
Uma das frases mais ditas em relação à 'Admirável Mundo Novo' é como o livro continua atual, continua falando muito à nossa sociedade.
Concordo, mas em partes. É verdade que somos ainda mais imediatistas e que
continuamos consumindo muito e de uma maneira padronizada. Mas também vejo um
movimento de reaproximação com a natureza e dos valores de família e
espiritualidade. Porém, vigiai.
Bônus (para reflexão):
"Povo marcado, povo feliz"
Já ouvi muitas pessoas falando sobre esse livro Stela, mas até agora não sabia bem sobre o conteúdo dele, e te confesso que estou bem abismada sobre o universo em que a história se passa. Eu já sabia que se tratava de uma distopia mas não tinha noção de tudo que você falou!
ResponderExcluirO que você achou do livro? Senti falta de uma opinião mais clara sobre sua opinião sobre o livro! Você recomenda?
Beijo :*
http://justonemomentt.blogspot.com/
Oi Maiah! Pois é, acho que não ficou muito claro né?
ExcluirMas eu gostei bastante sim!
Eu tb nunca soube nada do livro, só que todo mundo achava bom. Então eu achei que seria legal compartilhar mais sobre a história.
Beijos flor
Eu fiquei interessada em ler esse livro por causa da minha recente paixão por distopia, e como esse livro é citado com um dos classicos no que se refere distopia, qro mtu ler, mas não sei se vale a pena, se prende a gente, e pelo fato de todo o contexto ser meio estranho, quase assustador, eu qria saber se vc acha q vale a pena comprar e ler.
ResponderExcluirbjus
http://recantoliterarioeversos.blogspot.com.br/
Oi Thaty! Tudo bem? Obrigada pelo comentário <3
ExcluirEu acho que esse livro vale apena sim! Ele é um clássico do gênero, e mesmo se você não gostar, vai tirar algo de bom dele.
Beijos
Oi Stela!
ResponderExcluirEsse livro e 1984 estão entre os livros que mais quero ler desde que comecei a me interessar por distopia. Mas acho que são o tipo de livro que precisa ser lido no momento certo e esse momento ainda não chegou pra mim, haha.
Enfim, adorei a resenha!
Bjs
Nas Quartas Usamos Rosa
Um livro marcante.
ResponderExcluirhttp://numadeletra.com/admiravel-mundo-novo-de-aldous-huxley-69237