As primeiras vezes que ouvi falar
do livro A Seleção, de Kiera Cass, torci o nariz. Achei que a história era
clichê e que provavelmente era um mutante de O Diário da Princesa e de Jogos
Vorazes. Porém, depois de ver algumas boas resenhas, que ressaltavam os pontos
positivos do livro, fiquei interessada na história e resolvi comprar os dois
livros de uma vez – A Seleção e A Elite.
A primeira coisa que me chamou a
atenção
foram as capas, que apesar de usar fotos de uma modelo, são muito bonitas, com um ótimo efeito de luz e de edição. Assim que comecei a ler percebi o porquê de o livro ser o queridinho de tanta gente. Ele é divertido, ágil, e coloca o leitor dentro da mente da protagonista, America Singer, que ao contrário do que eu imaginei não tem nada de mocinha pura, chata e deslumbrada.
O primeiro livro começa com a
chegada de uma carta a casa da família Singer. Essa carta é na verdade a ficha
de inscrição para A Seleção, uma espécie de reality show em que o príncipe
escolhe sua esposa e futura rainha. Em um futuro distópico a América do Norte
foi devastada por guerras e invasões e acabou por se tornar uma monarquia
chamada Illéia. Segundo a tradição do novo país, ao completar 19 anos, o
príncipe deve se casar com uma “garota do povo”, enquanto as princesas têm de
se casar com príncipes de outros reinos para fortalecer os laços políticos.
Se tudo isso já não fosse ditatorial
o bastante, os cidadãos de Illéia ainda são divididos em castas, de acordo com
seu nascimento. Cada casta é responsável por um trabalho na sociedade. A casta
‘Um’ é a dos monarcas, enquanto a ‘Sete’ é a mais baixa e existem ainda os
‘Oito’, que não pertencem a nenhuma casta e portanto nem têm onde morar ou
trabalhar.
America Singer nasceu na casta
‘Cinco’, dos artistas. Sua vida e de sua família não é ruim, mas também não é
confortável. Se não falta comida, também não sobra. Sendo assim, quando a ficha
de inscrição para A Seleção chega em sua casa, sua mãe fica eufórica, pois se
America ficar entre as 32 escolhidas para iniciar a competição ela poderá
ganhar dinheiro e ainda há a possibilidade de ela e a família subirem de casta.
Só há um porém. America não tem o
menor interesse em se tornar princesa. Seu único sonho é se casar com Aspen, um
garoto da casta ‘Seis’, com quem ela namora escondido há dois anos. Já deu para
sentir o drama né? Um futuro melhor para toda a família ou casar com o amor de
sua vida que é pobre?
Após alguns conflitos Aspen
termina com America, que de coração partido se vê em um avião indo para o
palácio afim de iniciar uma competição com outras 31 garotas pelo coração do
príncipe Maxon.
E é no palácio que as coisas
começam a ficar interessantes. America faz alguns amigos e começa a perceber os
jogos de poder e sedução por trás da disputa e claro, da coroa. Enquanto isso,
uma amizade surpreendente se inicia entre ela e o príncipe Maxon.
Apesar de a premissa não ser das
mais originais, Kiera Cass consegue envolver o leitor com uma protagonista
muito real e tão temperamental e teimosa como cada uma de nós. E como já está
na cara, é óbvio que o romance tem um triangulo amoroso, mas não se preocupe,
pois ele não é irritante. O primeiro livro é muito mais focado na competição e
nos sentimentos dos personagens.
Já o segundo livro, A Elite, se
volta para questões que permeiam a mente do leitor por todo o primeiro livro.
Questões como: ‘Porque o povo não se revolta contra esse sistema?’ ‘O que
exatamente aconteceu para que Illéa fosse criada?’, “Que segredos a família
real esconde?’, e por ai vai. Ou seja, o segundo volume se volta para as
questões políticas e de bem geral. America ganha maior consciência sobre o tipo
de universo no qual ela está imersa e qual papel ela pode vir a executar dentro
dele.
A conclusão dessa história, que
de tão bonitinha me fez ter borboletas no estômago, só vai sair no meio desse
ano, em The One. Quem mais ai está ansioso para saber quem será a eleita de
Maxon?
Agora vamos aos pontos negativos
do livro. Eu li a edição americana, da Harper Collins Teens, e havia alguns
erros de revisão no texto, o que sempre é desagradável, pois quebra o momento
de leitura, no qual você está super imerso naquele universo e o erro te traz de
volta à realidade. Outra coisa que me incomodou foram as descrições dos
cenários, ou melhor, a ausência delas. Kiera Cass não se preocupou em explicar
para os leitores como são as casas dos personagens, ou o palácio, ou qualquer
outro local. E isso realmente me atrapalhou. Outro lapso de explicação é sobre
o país, Illéa. Por mais que os pormenores da criação do país seja parte dos
mistérios a serem revelados no segundo livro, ainda assim o argumento da autora
é fraco e não muito convincente. Como os Estados Unidos, o país mais poderoso
do Mundo, e mais armado, foi invadido tão facilmente pela China?
Mas, relevando esses pontos, que
são justificáveis uma vez que é o primeiro romance da autora, A Seleção e A
Elite são dois livros viciantes e graciosos. Ótimos para curar uma ressaca
literária de algum livro denso, ou simplesmente te fazer ler por prazer, sem
levantar grandes questões existenciais.
Eu simplesmente AMEI os dois livros! Li os dois em três dias, são de tirar o folego e ótimos depois de uma ressaca literária. Em algumas partes dos livros eu tinha que lembrar que embora fosse um ''conto de princesas'' (que sempre me remetem ao passado), a estória é passada no futuro. Kiera Cass conseguiu mais uma fã, que diga-se de passagem não acreditava no potencial dos livros.
ResponderExcluirQue bom! Pois é, ela me ganhou também.
ExcluirOs livros são realmente muito legais.
Beijos
Oi Stela,
ResponderExcluirEu amei sua resenha, e confesso que não tinha a menor vontade de ler essa série, mas depois de ver as suas resenhas escrita e em vídeo eu estou pensando em comprar os livros depois do terceiro ser lançado. Concordo com você no ponto em que você fala que a falta de descrição por parte da autora é um ponto negativo, adoro quando o autor descreve as casas e todo o cenário que envolve a história, eu meio que me transporto para o local e que consigo imaginar cada coisinha...Também não sou das maiores fãs de triângulos amorosos, mas confio em vc quando vc diz que não é um triângulo chato.
Um beijo e até mais!
Oi flor!
ExcluirMuito obrigada! <3
Eu realmente gostei da história, e acho que vale a pena dar uma chance a ela.
A falta de descrição não é mesmo uma coisa legal, atrapalha um pouco sim. Obrigada pela confiança :))
Beijão
Menina, primeira coisa que me chamou atenção no seu blog foi o perfil. Jornalista de formação e English Teacher por opção? That could be me! Fiz exatamente as mesmas escolhas, que coisa boa me encontrar em outro corpo por aí.
ResponderExcluirQuanto à série, eu venho ouvindo falar super bem. As vezes me acho meio velha pra elas, mas fico com vontade de ler mesmo assim. Odeio protagonistas frufru demais e é bom saber que esta não é. Já vou ficar de olho quando der incluo para lista de leitura.
Beijoca
Oi Flá! Tudo bem? Menina, que coisa mais interessante nós duas termos uma jornada tão parecida né?
ExcluirEu às vezes me acho um pouco velha para séries como essa também. Mas ao mesmo tempo, acho que não existe isso de ser muito velho pra fazer alguma coisa. A história é doce, serve como um ótimo momento de ler por prazer e diversão.
Beijos
Nossa! Nunca vi uma resenha tão boa quanto a sua, de verdade! Já li A Seleção e é muito legal, na época que comprei nunca tinha ouvido falar e de primeira me apaixonei pela história, ainda não li A Elite :< Realmente a capa delas são muito lindas.
ResponderExcluirNunca achei a história parecida com Jogos Vorazes.
Beijos
http://www.shake-de-morango.blogspot.com.br/
Oi Amaya! Muito obrigada, de verdade!
ExcluirA Seleção é muito legal mesmo. Assim que puder leia A Elite, acho que irá gostar tb.
Beijos
Para quem não leu/está lendo A Seleção e a Elite.SPOILER ALERT
ResponderExcluirDesabafo...
Fiquei chocada com o príncipe pegando a vadia da Celeste. Eu até entendo todo o contexto dele ser um cara que conheceu poucas mulheres e nunca se quer ter beijado ninguém na vida até então, America, mesmo com a idade que ele apresenta. Mas em toda a Seleção ele era um amor, era um cavalheiro! Ele não é perfeito, claro, mas esperaria ele beijar qualquer uma das candidatas, menos Celeste. Logo ela? Mesmo sabendo que ela é uma vadia e ter meio que admitido que sabia isso e estava se aproveitando da situação, usando-a assim como Celeste estava o usando? Mesmo depois de America ter dito que a odiava?
Se ele amava America poderia ter procurado ela pra dar uns beijinhos se era isso que ele queria. America não iria resistir. Ele admitiu que aproveitou a situação com a Celeste é isso que não compreendo nele. Ele não é de fazer uma cagada dessas mesmo que seja só por usar Celeste por ela estar usando ele. Não engoli essa de que ele estava fazendo simplesmente uma "troca de favores" com Celeste não...
Realmente America a essa altura no livro estava um pouco distante mesmo ainda mais com aquela tarefa da filantropia e oscilava entre Maxon e Aspen. Mas não justifica. Ele poderia ter procurado America. Além disso, America tbm "traiu" o príncipe (contra as regras da Seleção) e por isso ela meio que aceitou o príncipe ter beijado a concorrente, apesar de todo o ciúme que sentiu do beijo. Mas Maxon não era assim. Não era do feitio dele fazer isso. Fiquei chocada! o.O destruiu em uma única página o jeito que ele foi descrito em toda a Seleção! Mas eu perdoei ele, como a America perdoou, meio que assim: Grrrr, mas... aah, tá vai. (kkkkkk)
Não que eu odeie o Aspen, ele parece amar America. Mas ele é muito sem sal, tadinho. E eu desconfio um pouco dele. Acho que ele ajuda a galerê da revolta, os rebeldes. E se a America realmente o amasse ela já teria ido pra casa e casado com Aspen, já que ele, como soldado, subiu para casta Dois e ela ficou na Três, ela poderia ter casado com ele por amor e de quebra subir mais um grau de casta, junto a Aspen.
Mas o que está balançando a America, além de ter se apaixonado por Maxon, é a ideologia, que parece ter em comum com o príncipe. Como princesa ela pode mudar muitas coisas injustas no país a começar pelo sistema de castas que ela é contra. E ficando com Aspen ela no máximo se reuniria aos rebeldes e ficaria um pouco na inércia, um pouco na zona de conforto por permanecer na casta Dois com Aspen e o país todo na miséria. O problema é que ela fica se subestimando, achando que não será uma boa princesa ou que é um fardo muito pesado para ela.
Só espero que depois de toda essa frustração depois da Elite ela se case com Maxon, que o rei vadio morra (odeio mais que a Celeste!), que a Celeste continue na sua vidinha medíocre ou se dê mal pra caramba. Que as outras meninas adoráveis encontrem seus pares. Que a rainha depois de ficar viúva sonhe em ser avó, rsrs. Que Aspen toque sua vida depois desse chute da vida (poderia até se casar com uma das criadas da America, né? rsrs A Lucy, quem sabe? rsrs. Que o sistema de castas finalmente termine marcando a história do país para sempre devido a luta de nossa heroína America! *-*