17 de agosto de 2014

Não se Apega, Não – Isabela Freitas



Isabela Freitas é uma blogueira de 23 anos, mora em Juiz de Fora e estuda Direito. Quando a Editora Intrínseca me mandou o release do livro, foi essa introdução à autora que me interessou.  Ver uma blogueira (como eu e muitos dos meus leitores <3) publicando um livro é algo muito legal! Dá aquele quentinho no coração, pois é um sonho se tornando realidade, e quem sabe um dia, não possa ser eu ou vocês, não é mesmo?

Quando o livro chegou aqui em casa fiquei super empolgada, coloquei foto no meu Instagram (@stelaaquino), e achei a edição simplesmente MARAVILHOSA! A capa é de um vermelho vibrante, a diagramação é muito caprichada. Cada capítulo novo tem páginas vermelhas e com mensagens do twitter da autora.


Porém, logo que comecei a ler, percebi que não era o tipo de livro pra mim. Para começar ainda não sei qual é a história de “Não se Apega, Não”. Nós, leitores somos apresentados a Isabela, uma garota que estuda Direito, namorou por anos o Gustavo, um cara de boa família, mas que a fazia infeliz. Ela então põe um fim à relação e ninguém se conforma, pois “eles eram perfeitos”.

Depois disso Isabela está solteira, vai pra umas festas, pega um primo malhadão, revê um ex peguete, chega à conclusão que príncipes encantados não existem, que ser solteira é muito bacana, e que se apegar não faz bem.

Pra mim, um dos maiores problemas do livro foi a falta de organização, de linearidade. Uma hora estava lendo um diálogo da Isabela com uma amiga, uma descrição de cena, e no capítulo seguinte havia um texto enorme sobre relacionamentos, leis do desapego e coisas do tipo, e tudo absurdamente superficial e que pareciam desabafos/auto ajuda.


Não me entendam mal, adoro romances. Vocês sabem que não ligo de ler histórias clichês de amor. Mas Isabela Freitas não me convenceu como escritora. Seu livro não tem argumento, não tem história e seu estilo de escrita, que tenta colocar no papel exatamente a maneira como falamos/pensamos não me agradou.


14 de agosto de 2014

Cem Anos de Solidão – Gabriel Garcia Márquez


Desde o começo desse ano (2014) coloquei na cabeça que eu queria ler a obra prima de Gabriel Garcia Márquez. Influência de anos a fio ouvindo sempre boas coisas a respeito dessa obra. De repente, numa tardezinha, chegou a notícia da morte do Gabo, um dos maiores escritores latino americanos, vencedor do Nobel de Literatura de 1982. Desnecessário dizer que a tristeza tomou conta de mim naquele dia.


Por fim, cerca de dois meses após a morte do escritor, e depois de muitas pesquisas, consegui adquirir a edição de ‘Cem Anos de Solidão’ por um preço não tão abusivo (ele custa cerca de cinquenta reais). Ensaiei mais um tempo para encarar suas quase 500 páginas, parágrafos e pseudo - capítulos enormes.

Confesso que no começo a adaptação ao estilo de narrativa, mais lenta e detalhada, foi um pouco difícil, mas assim que a história começou a se desenrolar eu não queria mais larga-lo. Cada novo personagem trazia uma faceta diferente da família Buendía, cada qual com suas questões. Cada qual com suas singularidades tão fáceis de serem identificadas em nós mesmos.


Tudo começa com José Arcádio e sua prima Úrsula Iguarán. Os dois são apaixonados mas Úrsula tem medo de ter um filho com o parente, pois teme que ele possa nascer com um rabo de porco. No fim eles têm três filhos: José Arcádio, Amaranta e Aureliano. E é a família Buendía que funda, no meio da mata colombiana, o povoado de Macondo.
Macondo vai crescer e se desenvolver com a família Buendía, através de suas glórias, tragédias, erros, acertos e guerras, muitas guerras. A família cresce, com Aurelianos e Arcádios (flhos, netos, bisnetos), e algumas meninas. A casa da família, praticamente um ser vivo, mutante, sustenta a ação de cem anos de vidas solitárias, até a extinção da estirpe dos Buendía.

O livro ficou famoso por suas passagens misteriosas e sem explicação, mas também encaradas com naturalidade. Há fantasmas convivendo normalmente com humanos, premonições, mortes esquisitas, personagens centenários… É preciso saber desse recurso estilístico usado por Gabo antes de encarar ‘Cem Anos de Solidão’. Ele funciona e torna o livro ainda mais intrigante.

Além de ser uma história épica sobre uma família e a fundação de uma cidade, ‘Cem Anos de Solidão’ é um estudo sobre a América Latina e seu povo. Ele retrata nossa condição de colonizado, nossa busca por uma identidade, nossa inocência e nossa pré-disposição ao recolhimento e solidão, tão disfarçados nas festas coloridas, na abundância e na expansividade de nossos modos.